Artigo Acesso aberto

Tito Lívio e a caracterização do gaulês como o inimigo em Ab vrbe condita (vii, 9-10, 26; xxxviii, 17)

2020; Volume: 22; Issue: 1 Linguagem: Português

10.22478/ufpb.1516-1536.2020v22n1.51933

ISSN

2763-9355

Autores

Priscilla Adriane Ferreira Almeida,

Tópico(s)

Classical Studies and Legal History

Resumo

Tito Lívio, contemporâneo de Augusto, escreveu uma monumental obra intitulada Ab Vrbe condita. O texto narrava anualmente os eventos de Roma desde sua mítica fundação até os dias atuais ao autor. Como parte fundamental da história da consolidação do poder da Urbe, há nessa obra a descrição de inúmeros confrontos e guerras entre os romanos e os seus inimigos. No período arcaico de Roma (abordado na primeira década de Ab Vrbe condita), os gauleses possuem destaque como grandes opositores da cidade – especialmente nos eventos que culminaram no saque de Roma por volta do ano 390 a.C. Sabe-se que Lívio escreveu sua obra histórica com claro objetivo nacionalista, e ele muitas vezes salientou a superioridade dos romanos frente a nações estrangeiras. Lívio atribuiu a supremacia de Roma às suas origens divinas e elevadas, e usou desse argumento para justificar o domínio romano sobre outras nações. No início deste trabalho, há uma discussão sobre as fontes empregadas por Lívio em sua obra, bem como o papel da influência de Cícero para a escrita de Ab Vrbe condita. Além disso, há a seleção de algumas passagens específicas (VII, 9-10, 26 e XXXVIII, 17), que serão abordadas em profundidade a fim de se observar como Lívio construiu a imagem dos gauleses como inimigos de Roma. Para isso, há uma análise sobre os estereótipos, vocábulos e clichês empregados por Lívio, e de como ele manipulou esses elementos de modo a não só retratar os gauleses como inimigos, mas também como inferiores aos romanos.

Referência(s)
Altmetric
PlumX