
Percepção das mulheres brasileiras quanto aos efeitos adversos da pílula anticoncepcional e taxa de abandono
2019; Volume: 129; Issue: 2 Linguagem: Português
10.5327/jbg-0368-1416-2019129225
ISSN0368-1416
AutoresAlessandra Barbosa de Paula Torres, Amanda Oliveira da Silva, Ismael Lucchetti, Humberto Montilho Araujo Crivellari, Lara Mattoni, Mario Giordano,
Tópico(s)Public Health in Brazil
ResumoIntrodução: Ainda se fazem necessários, mesmo depois de décadas do uso prático de pílulas anticoncepcionais, estudos sobre esses fármacos na sociedade brasileira. Objetivo: Avaliar a prevalência dos efeitos indesejados da pílula anticoncepcional e a taxa de abandono do método pelos efeitos adversos. Métodos: Aplicamos questionário on-line elaborado pelos autores, com foco no modo como as mulheres utilizam a pílula anticoncepcional. O questionário on-line foi gerado com o Software Aplicativo Google Docs e levou em consideração as experiências pessoais relativas ao uso da pílula anticoncepcional e os seus efeitos adversos. Aplicou-se o questionário nas redes sociais entre abril e junho de 2018 e incluíram-se mulheres com idade entre 18 e 35 anos que utilizam ou utilizaram pílula anticoncepcional nos últimos seis meses, e que aceitaram participar da pesquisa após concordarem com o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Armazenaram-se os resultados em planilhas do software Microsoft Office Excel, versão 2013. Realizou-se a análise dos dados no software GraphPad InStat versão 3.00 para Windows 10 (GraphPad Software, San Diego, California, USA). Aplicou-se o teste χ2 (ou teste exato de Fisher) na comparação entre os grupos dos dados nominais, ou o teste não paramétrico de Mann-Whitney para as variáveis contínuas. Os resultados puderam ser definidos com base no p valor, considerando-se nível de significância de 5% (p<0,05). Resultados: Após exclusão de mulheres por diversos motivos, restaram 4.825 delas no estudo. A maioria, 4.535 (94%), estava utilizando pílula anticoncepcional combinada (PEP), e 289 (6%) pílula anticoncepcional somente com progestágenos (PP). As características gerais da amostra estão descritas na Tabela 1. O principal efeito adverso das PEP foi a redução da libido (43%) e das PP foi o ganho de peso (50,5%). Os efeitos adversos foram similares nos dois grupos, com exceção do ganho de peso (p<0,001), mastalgia (p=0,04) e spotting (p<0,001), mais comuns nas PP. Com relação ao abandono do método, em nossa pesquisa ele ocorreu em 60,8% dos casos, sendo mais frequente no grupo PP (42,6%). Conclusão: A prevalência de efeitos adversos com o uso da pílula anticoncepcional, independentemente do tipo, foi de 77%. Em 38% das usuárias houve abandono do método por conta desses efeitos.
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