Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

O passado de uma ilusão e o futuro de uma tragédia

2020; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA; Volume: 11; Issue: 2 Linguagem: Português

10.5902/2179378644494

ISSN

2179-3786

Autores

Renato dos Santos, Diego Luiz Warmling,

Tópico(s)

Psychology and Mental Health

Resumo

Dos desdobramentos freudianos acerca da civilização, questionaremos como, diante da eminencia de um futuro trágico, a indagação de formas alternativas de gozo pode originar uma sociedade menos hostil. Partindo de noções como pulsão de morte, agressividade e Super-Eu, veremos que a racionalização dos afetos não reclama nossa destrutividade. Da antinomia entre Eros e Thanatos, Freud conclama a independência das pulsões agressivas, alegando que a civilização é vivenciada como mal-estar. Assinalando como os desejos do outro estão implicados nos nossos, acentuaremos que a agressividade instaura o Super-Eu, cuja função é impor sobre o Eu a mesma hostilidade que este satisfaria nos outros. Exercendo autoridade interna, o Super-Eu atravessa a subjetividade, indicando que não há nada que não garanta nossa própria catástrofe. Mas se a civilização está edificada sobre o resto da liberdade individual, então talvez a responsabilização pelo desejo permita pensar novas formas de subjetivação e, quiçá, numa sociedade menos hostil.

Referência(s)