
Sabor, história e economia local: percepções dos consumidores gaúchos sobre o Queijo Colonial
2020; Volume: 26; Issue: 1 Linguagem: Português
10.36812/pag.2020261201-221
ISSN2595-7686
AutoresLarissa Bueno Ambrosini, Denise Reif Kroeff, Alessandra Matte, Fabiana Thomé da Cruz, Paulo Dabdab Waquil,
Tópico(s)Food, Nutrition, and Cultural Practices
ResumoOs queijos artesanais podem ser considerados patrimônios das comunidades que os produzem, pois expressam a evolução de um conhecimento compartilhado ao longo do tempo. O consumo desses queijos envolve a valorização de atributos tangíveis, como sabor, e características intangíveis, como tipicidade, sustentabilidade ambiental, social e econômica. O Queijo Colonial do Rio Grande do Sul é produzido por comunidades de descendentes de imigrantes, especialmente italianos e alemães, desde meados do século 19. O volume de produção anual no estado fica em torno de 12,5 mil toneladas, sendo a maior parte processada artesanalmente. O objetivo desse trabalho é analisar as percepções dos consumidores gaúchos com relação a esse produto, discutindo valores de consumo e atributos a ele associados. A coleta de dados foi feita por meio de um questionário estruturado, a metodologia seguiu o modelo survey, na qual 456 consumidores participaram. Nossos resultados demonstram que o Queijo Colonial tem reputação positiva junto aos consumidores, apresentando características como sabor, relação custo-benefício e seguindo normas de higiene que atendem às necessidades emocionais e funcionais de consumo. Mas ele é percebido igualmente como um produto que possui identidade cultural, visto como expressão de um saber-fazer histórico, produzido de forma respeitosa ao meio ambiente e tendo relevância para a economia dos locais onde é produzido, o que demonstra que os consumidores percebem o conteúdo patrimonial do Queijo Colonial do Rio Grande do Sul.
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