
Alteridade e raça entre África e Brasil: branquidade e descentramentos nas ciências sociais brasileiras
2020; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 63; Issue: 2 Linguagem: Português
10.11606/2179-0892.ra.2020.170727
ISSN1678-9857
AutoresLuena Nascimento Nunes Pereira,
Tópico(s)History of Medicine and Tropical Health
ResumoA partir da minha experiência de campo em Angola, busco problematizar a tradicional caracterização da antropologia brasileira - e por extensão das ciências sociais - como feita por “brasileiros” sobre o “Brasil”, refletindo sobre o novo perfil dos cientistas sociais quanto ao pertencimento étnico, racial e de classe que tem se pluralizado nos últimos 20 anos. Esta transformação do perfil dos cientistas sociais desafia a ideia de um “nós antropológico” centrado em uma ideia naciocêntrica que não reconhece sua posição de classe, raça e território, ou seja, branca, de classe média, oriunda ou socializada no sul/sudeste do país. Defendo o descentramento das ciências sociais brasileiras inspirada pelos novos movimentos de descolonização das ciências sociais. Esse descentramento passa pelo reconhecimento e politização da branquidade hegemônica das ciências sociais como condição para sua revisão crítica.
Referência(s)