Mi Jaragual: Masculinidade precária,soberania e farmacolonialidade aural na salsa de Ismael “Maelo” Rivera
2020; Volume: 23; Issue: 1 Linguagem: Português
10.29146/eco-pos.v23i1.27544
ISSN2175-8689
Autores Tópico(s)Latin American and Latino Studies
ResumoO cantor afro-porto-riquenho Ismael 'Maelo' Rivera (1931-1987) incluiu a sua versão da música "Mi jaragual" em seu álbum intitulado Vengo por la maceta (1973). Essa música pinta um retrato familiar no qual a vida camponesa, a propriedade da terra e a mulher se tornam formas de exercer uma soberania heteropatriarcal fundamentada em ideias românticas sobre nação, família e masculinidade. Este ensaio propõe uma escuta crítica desse retrato patriarcal cantado em “Mi Jaragual”, tomando-o não como um deslize, mas como uma reafirmação do homem ou do masculino como o parâmetro do que significa ser humano. Reafirmação que se dá mesmo quando se trata de homens cujas vidas precárias são também objetos da violência colonial. Proponho escutar a utopia camponesa cantada por Maelo em “Mi Jaragual” como expressão de masculinidades precárias que reenfatizam a violência patriarcal contra as mulheres e, ao mesmo tempo, como reafirmação legítima da soberania no contexto colonial porto-riquenho.
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