Cognição e relevância: uma análise pragmática da loucura quijotesca
2020; UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA; Volume: 7; Issue: 2 Linguagem: Português
10.19177/memorare.v7e22020133-150
ISSN2358-0593
AutoresSebastião Lourenço dos Santos, Letícia Dos Santos Caminha,
Tópico(s)Literary and Cultural Studies
ResumoAnalisamos o comportamento patológico do personagem cervantino, Don Quijote, a partir da perspectiva da Teoria da Relevância (SPERBER; WILSON, 2001). Abordamos a loucura quijotesca como consequência de um enviesamento cognitivo decorrente da relação “custo-benefício” sob a qual trabalha a mente humana na interpretação do significado de novas informações. A análise parte das situações comunicativas narradas nos capítulos IV, VIII, XVIII, XXI e XXII da primeira parte do romance El Ingenioso Hidalgo Don Quijote de la Mancha, cujo protagonista desenvolve uma patologia mental após a intensa e contínua leitura de novelas de cavalaria, a mudança de sua conduta é evidenciada na restrição dos contextos aos quais ele recorre para interpretar o significado das informações que processa em suas interações. Assim sendo, os delírios de Don Quijote apresentam-se como disfunções pragmáticas, que podem ser explicadas pelo Princípio de Relevância que orienta a mente humana a processar apenas as informações mais relevantes.
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