Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

A gravidade do neoliberalismo radical pós 2008 e nossas estratégias de resistência

2020; UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO; Volume: 12; Issue: 2 Linguagem: Português

10.18315/argumentum.v12i2.30483

ISSN

2176-9575

Autores

Eduardo Mourão Vasconcelos,

Tópico(s)

Youth, Politics, and Society

Resumo

Este ensaio foi escrito para servir de texto provocador de debates no presente número do periódico Argumento, tendo como tema central “as políticas de saúde mental no Brasil e no plano internacional: tendências e desafios”. No entanto, o texto recoloca esse tema no contexto das atuais profundas transformações na conjuntura política mundial e brasileira, com seu atual projeto histórico neoliberal em uma versão ainda mais radical, capaz de nos levar a uma crise civilizatória e barbárie. O texto parte da caracterização mais reconhecida das políticas neoliberais, para se aprofundar nas estratégias de desmonte das bases históricas que conformaram o sentido de sociedade, solidariedade, justiça social, Estado social e da própria democracia, estratégias já delineadas por seus autores clássicos, como Friedman e Hayek, mas que ainda encontrava alguma resistência nos partidos liberais, que conservavam algum senso de direitos humanos. Após a crise econômica de 2008, as forças políticas de ultradireita deixaram o grande guarda chuva dessas lideranças liberais, e traçaram caminhos próprios, conquistando governos ou aumentando sua presença nos parlamentos. O texto ainda aborda a radicalização das mudanças na esfera do trabalho; as novas tecnologias digitais e suas profundas implicações epistemológicas, políticas e subjetivas, e sua apropriação atual pelas forças de ultradireita; e as novas ‘velhas’ formas violentas e radicais de gestão de ‘populações indesejáveis’, expressas pela noção de necropolítica. Finalmente, o texto convida o leitor para desenvolver sua análise da conjuntura histórica mais ampla, para prever tanto os desafios, como também as possíveis contradições, que apontam para brechas e espaços políticos de atuação e resistência.

Referência(s)