Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Produzindo casas de papel: As engrenagens da securitização de ativos imobiliários residenciais no Brasil.

2020; Couffy-sur-Sarsonne; Volume: 47; Linguagem: Português

10.4000/confins.33013

ISSN

1958-9212

Autores

Marlon Altavini de Abreu, Everaldo Santos Melazzo, João Vitor de Souza Ferreira,

Tópico(s)

Urban and Rural Development Challenges

Resumo

Este artigo analisa a expansão do processo de financeirização do setor imobiliário no Brasil. Pretende-se contribuir com o debate a respeito dos mecanismos que transformam um ativo físico, com baixa liquidez e elevado custo de transação, em um ativo financeiro, com elevada liquidez e sem entraves a sua circulação, enfatizando os tipos de contratos e dívidas securitizadas que subordinam a produção habitacional às métricas e expectativas de ganhos do mercado financeiro e integram distintos mercados imobiliários por meio da padronização e da reunião de dívidas imobiliárias em um único termo de securitização. A escala geográfica aqui considerada é a nacional e o foco recai sobre um instrumento financeiro específico, os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), que articulam as engrenagens do conjunto de transformações que passaram a integrar, estruturar e coordenar o circuito de investimentos em ativos imobiliários no Brasil. São utilizados os valores totais de CRI emitidos entre os anos de 2011 e 2016, ressaltada a relevância da Caixa Econômica Federal, instituição pública que desempenha a muito o papel de mais importante agente financiador da habitação e são detalhadas as localizações das habitações securitizadas, explorando as dimensões da homogeneização dos produtos, disseminação espacial e seletividade territorial que paulatinamente produzem, comercializam e fazem circular casas de papel.

Referência(s)