
ANÁLISE DA ADESÃO AO TRATAMENTO DOS PARCEIROS SEXUAIS DE GESTANTES COM SÍFILIS GESTACIONAL, NA REGIÃO DO ABC PAULISTA / ANALYSIS OF ADHERENCE TO THE TREATMENT OF PREGNANT SEXUAL PARTNERS WITH GESTATIONAL SYPHILIS, IN THE ABC PAULISTA REGION
2020; Brazilian Journal of Development; Volume: 6; Issue: 9 Linguagem: Português
10.34117/bjdv6n9-332
ISSN2525-8761
AutoresMariana Pagnussat, Letícia Pereira Assis, Amanda Paz Loca, Cristiano de Freitas Gomes, Juliana Cristina Marinheiro, Thaissa de Souza,
Tópico(s)Syphilis Diagnosis and Treatment
ResumoIntrodução e Objetivos: A sífilis congênita ocorre quando há disseminação hematogênica do Treponema pallidum, da gestante para o concepto. Estima-se a taxa de transmissão vertical de 70 a 100% nas gestantes não tratadas. Fatores que influenciam nessa transmissão da sífilis incluem carga treponêmica, estágio da doença e período de exposição ao feto. Em 40% dos casos de sífilis congênita ocorre morte fetal ou perinatal. Entre os nascidos vivos, as manifestações variam de prematuridade, lesões cutâneas, sofrimento respiratório e problemas ósseos e neurológicos. O tratamento consiste na aplicação de uma a três doses de penicilina G benzatina na gestante e no parceiro. Gestantes tratadas de forma adequada podem se re- infectar, caso o parceiro não seja aderente ao tratamento. Este trabalho tem como objetivos apresentar as taxas de tratamento de sífilis em parceiros sexuais de gestantes, que realizaram pré-natal de 2007 a 2016, nas cidades do ABC Paulista. Comparar esses resultados com os apresentados para o Estado de São Paulo e Brasil. Materiais e Métodos: Foram analisados retrospectivamente e quantitativamente dados publicados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) referentes à sífilis congênita e gestacional e o tratamento dos parceiros sexuais de gestantes no ABC Paulista, no período de 2007 a 2016. Os resultados foram comparados com os apresentados para o Estado de São Paulo e Brasil. Resultados e Discussão: No período analisado, foram notificados 2968 casos de sífilis gestacional e 1516 de sífilis congênita nas cidades do ABC Paulista. As maiores prevalências foram observadas em gestantes de Diadema (1,22%), Mauá (0,9%), São Bernardo do Campo (0,87%) e, Santo André (0,62%). As cidades de Ribeirão Pires (0,3%), São Caetano do Sul (0,26%) e Rio Grande da Serra (0,23%), apresentaram menores taxas. Ao analisarmos dados referentes ao tratamento dos parceiros sexuais observamos que nenhuma das cidades apresentam resultados satisfatórios. Em São Caetano do Sul 26% dos parceiros foram tratados. Ribeirão Pires (23%) e Santo André (17%) e apresentam taxas de tratamento maiores que as médias do Estado de São Paulo (16%) e Brasil (13,9%). Os piores resultados são observados em Mauá (12%), Diadema (5,2%) e São Bernardo do Campo (4,5%), todas com taxas menores que as médias estadual e nacional. O não tratamento do parceiro sexual da gestante infectada aumenta a probabilidade de transmissão da sífilis ao feto. Diadema, Mauá e São Bernardo são as cidades que apresentam a maior prevalência de sífilis congênita, no período analisado. Conclusão: É possível concluir que a taxa de tratamento de parceiros sexuais de gestantes com sífilis não é satisfatória em nenhuma das cidades do ABC Paulista. As cidades de Mauá, São Bernardo do Campo e Diadema apresentam as piores taxas de adesão ao tratamento da sífilis nos parceiros, menores do que as médias estaduais e nacionais e tem também proporcionalmente uma maior prevalência de sífilis congênita.
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