
António Nobre: entre a Solidão Essencial e a Solidão Povoada
2020; UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE; Volume: 9; Issue: 3 Linguagem: Português
10.35572/rlr.v9i3.1718
ISSN2317-2347
AutoresMoisés Carlos de Amorim, Diego Pinto Sousa,
Tópico(s)Linguistics and Education Research
ResumoA solidão coloca-se diante do humano como um paradoxo. Ao passo que originária e constitutiva (Heiddeger) e, por isso, inescapável – para o ser humano – em sua sociabilidade, a solidão pode configurar-se como temível e que faz adoecer. Entre estes extremos encontra-se uma visão dual concebida nos conceitos de Solidão e Solitude (Tillich), parte negativa e positiva da solidão, respectivamente. Neste artigo, refletimos a questão da solidão a partir do farol da literatura. Em especial a obra Só de António Nobre, publicada no fim do século XIX. Auxiliada por Bakhtin, Blanchot, Volochínov e Rilke, uma leitura dialógica da obra nobreana demonstra que sua poética apresenta uma solidão, para além do aparente isolacionismo monástico, fundada na alteridade, na “relação com”. Essa subjetividade (criadora), constituída no diálogo com o alteritário, estabelece uma solidão povoada de dizeres, sujeitos e sentidos outros. O que contrapõe ou ressignifica a visão de uma solidão essencial na criação literária.
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