Estratégia Saúde da Família e o imperativo da vida saudável: capturas biopolíticas e sociedades de controle – ou sobre a crítica de Foucault e Deleuze
2018; Volume: 11; Issue: 2 Linguagem: Português
10.59488/tragica.v11i2.27213
ISSN1982-5870
AutoresIrene Lopes Vieira Alves da Cunha Oliveira, Rodrigo Siqueira‐Batista,
Tópico(s)Gender, Sexuality, and Education
ResumoO artigo apresenta uma análise da Estratégia Saúde da Família (ESF) em busca de uma compreensão de suas possibilidades e limites. A pergunta orientadora pôde ser assim formulada: a ESF, desenhada – também – para se contrapor ao modelo assistencial hegemônico biomédico, tem sido capaz de atingir esse objetivo? Para tanto recorreu-se aos conceitos de biopolítica e de biopoder – formulados por Michel Foucault – e às considerações acerca das sociedades de controle de Gilles Deleuze, para a análise das questões concernentes à promoção à saúde e ao ideário da vida saudável. Os referenciais foucaultianos e deleuzianos permitiram compreender, no campo de atuação da ESF, tanto o poder (i) exercido sobre o corpo de seus usuários – buscando capturá-los e modulá-los –, quanto aquele (ii) dirigido à coletividade. Verificou-se que a ESF tem corrido o risco de se constituir um instrumento de governo dos indivíduos que poderá ser ainda mais eficaz do que aquele exercido no âmbito do hospital.
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