
Balbúrdia: a polissemia enquanto interpretante do confronto entre vozes sociais
2020; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS; Volume: 14; Linguagem: Português
10.14244/198271994459
ISSN1982-7199
AutoresDébora Luciene Porto Boenavides,
Tópico(s)Linguistics and Education Research
ResumoEste artigo objetiva analisar a polissemia enquanto interpretante dos confrontos entre vozes sociais, tendo como base a teoria dialógica do discurso e a teoria enunciativa de Benveniste. Para isso, verifica-se de que modo a polissemia marca o confronto entre vozes sociais: a) como designação opressora dada pelos grupos dominantes aos oprimidos e como estratégia de revalorização de vocábulos opressores por grupos oprimidos; b) como designação crítica dos grupos dominados aos seus opressores e como tentativa do grupo dominante de revalorizar/neutralizar as denominações críticas dadas a ele pelos grupos oprimidos. Após, observa-se um exemplo contemporâneo do citado fenômeno: a revalorização vocabular da palavra “balbúrdia”, em 2019, por estudantes universitários brasileiros, em resposta a um enunciado polêmico de Abraham Weintraub, enquanto Ministro da Educação da atual gestão. Constata-se que as contradições sociais não se encerram em um ou outro enunciado, devendo ser observadas através do diálogo travado entre as diferentes vozes sociais.
Referência(s)