
Pandemia, necropolítica e o real do desamparo
2020; University Association for Research in Fundamental Psychopathology; Volume: 23; Issue: 3 Linguagem: Português
10.1590/1415-4714.2020v23n3p564.8
ISSN1984-0381
AutoresIlka Franco Ferrari, Mônica Eulália da Silva Januzzi, Andréa Máris Campos Guerra,
Tópico(s)Health, Nursing, Elderly Care
ResumoO texto aborda a realidade social assolada pelo real que a pandemia de COVID-19 instaurou, considerando de modo mais específico o contexto brasileiro. Seu desenvolvimento reflete sobre os efeitos subjetivos deste contexto, ponderando laços sociais que contam com a circulação da morte, somadas às leis imperiosas e impiedosas do discurso da ciência aliado ao discurso do capitalista e o mercado. A gestão precária da saúde pública, fundamentada numa lógica necropolítica constitui imaginariamente um outro inimigo, que vigora como política de Estado e reduplica o desamparo inerente à condição humana. A conclusão indica que este momento, propício para a pulsão de morte se desvelar, abre portas para transformações na política e para o aparecimento da nobreza humana que vivifica os corpos diante de situações dramáticas, ainda que o real se mantenha no horizonte do mal-estar na civilização.
Referência(s)