Artigo Acesso aberto Produção Nacional

TRADUÇÃO DO ENSAIO DE DOMINIQUE COMBE: AIMÉ CÉSAIRE E A “BUSCA DRAMÁTICA DA IDENTIDADE”: O CADERNO DE UM RETORNO AO PAÍS NATAL

2019; Volume: 11; Issue: 01 Linguagem: Português

10.18554/ri.v11i01.3675

ISSN

1981-0601

Autores

Francine Fernandes Weiss Ricieri, Maria Lúcia Dias Mendès,

Tópico(s)

Cultural, Media, and Literary Studies

Resumo

Dominique Combe parte do pensamento alemão sobre o problema de um “eu lírico”, em oposição ao sujeito empírico do poeta, propondo um “lyrisches Ich” por detrás do qual se esconderia o poeta (a poesia concebida como “dichtung”, separada da realidade). Mais do que refletir no plano teórico sobre a noção, Combe a examina a partir do Diário de um retorno ao país natal, de Aimé Césaire. A respeito, entende que, sem remontar às profundezas de uma identidade preexistente ao poema e que seria o caso de exprimir, a obra literalmente produziria esta identidade, constituindo-a ao final de longo processo de “maturação”. A “negritude” não deveria ser “descoberta”, mas “criada” no e pelo poema, confundindo-se precisamente com a gênese de um “eu lírico”, tal como definido pela crítica alemã, como “fictício” e não como “real”. Se o sujeito lírico é criado pelo poema, só pode advir com ele, na duração simultânea da escritura e da leitura. A referência híbrida, mesclando autobiográfico e ficção, definiria bem isso que a crítica alemã, precisamente, denomina “eu lírico”, distinto do sujeito empírico. A referência aí se encontraria com efeito “desdobrada” (Ricoeur). Deste ponto de vista, o exemplo do Cahier seria emblemático do lirismo moderno desde Baudelaire.

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