Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Carga de doença da COVID-19 e de suas complicações agudas e crônicas: reflexões sobre a mensuração (DALY) e perspectivas no Sistema Único de Saúde

2020; Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz; Volume: 36; Issue: 11 Linguagem: Português

10.1590/0102-311x00148920

ISSN

1678-4464

Autores

Mônica Rodrigues Campos, Joyce Mendes de Andrade Schramm, Isabel Cristina Martins Emmerick, Jéssica Muzy, Fernando Genovez de Avelar, Thiago Góes Pimentel,

Tópico(s)

COVID-19 and Mental Health

Resumo

A COVID-19 é uma síndrome respiratória aguda grave (SRAG) infecciosa, causada por coronavírus. A doença tem alta transmissibilidade e ocasiona sintomas leves a graves, gerando elevada demanda por cuidados intensivos e milhares de óbitos. Em março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada como pandemia e já soma mais de 5 milhões de casos e 300 mil óbitos pelo mundo. A história natural da doença ainda não é bem estabelecida, dificultando a elaboração de protocolos clínicos eficazes e medidas de prevenção. Apesar disso, pode-se afirmar que é uma doença de abordagem sistêmica, já que há evidências de complicações agudas e crônicas, além de efeitos catastróficos na saúde mental da população. Destaca-se então a necessidade de uma metodologia que capte de forma mais efetiva os efeitos da COVID-19, considerando aspectos como sua gravidade, duração e potencial de gerar complicações crônicas que aumentarão as demandas no Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse sentido, é de extrema utilidade o indicador DALY, ou anos de vida perdidos por morte prematura ajustados por incapacidade (DALY), que agrega a (1) mortalidade - estimativa dos anos de vida perdidos (YLL) e (2) morbidade - estimativa dos anos vividos com incapacidade (YLD). Este artigo discute a relevância e as dificuldades de estudar a carga da COVID-19 e de suas complicações, no contexto brasileiro, ressaltando a importância de caracterizar a história natural da doença e estimar indicadores como o YLD, que considerem a alta carga de morbidade no planejamento de estratégias para lidar com as consequências da COVID-19 pós-pandemia. Discute-se também os desafios futuros para o enfrentamento da doença no SUS e reflexões sobre o cálculo do DALY.

Referência(s)