Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Percepções e Imagens na Política Externa do Estado Novo Português: A Importância do Triângulo Identitário

2020; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Volume: 63; Issue: 3 Linguagem: Português

10.1590/dados.2020.63.3.214

ISSN

1678-4588

Autores

Pedro Emanuel Mendes,

Tópico(s)

Historical Education and Society

Resumo

RESUMO Este artigo analisa as percepções e imagens nacionais da política externa portuguesa durante o Estado Novo salazarista. Traça um enquadramento do contexto ideacional da política externa portuguesa desde o Pós-Guerra até a década de 1960 e explica o posicionamento de Portugal face a dois desafios internacionais: o projeto de integração europeia e o movimento descolonizador. O artigo tem por base pesquisa documental de fontes primárias e secundárias relativas às ideias e discursos das elites da política externa portuguesa. O artigo demonstra duas ideias-chave. Primeiro, as opções e doutrinas de política externa devem ser lidas tendo em consideração a sua historicidade e as percepções e imagens dos seus decisores. Segundo, a política externa é uma política de identidade e as imagens nacionais que os Estados historicamente constroem para legitimarem os seus interesses não podem ser desligadas dos processos de imaginação identitária e de afirmação de uma determinada cultura política nacional. O artigo apresenta uma teorização ideacional e identitária sobre as razões das opções antieuropeísta e antidescolonizadora da política externa do Estado Novo. O seu principal argumento é que uma análise sofisticada da política externa portuguesa nesse período deve fazer apelo ao que designamos de triângulo identitário: essencialismo, especialismo e ocidentalismo.

Referência(s)