
A ANGÚSTIA NO ROMANCE O ENCONTRO MARCADO, DE FERNANDO SABINO: UMA LEITURA INTERDISCIPLINAR À LUZ DAS IDEIAS DE SØREN KIERKEGAARD
2020; UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI; Volume: 9; Issue: 4 Linguagem: Português
10.47295/mren.v9i4.2445
ISSN2316-1663
AutoresGustavo Rocha Ferreira e Silva,
Tópico(s)Linguistics and Education Research
ResumoO presente artigo visa explorar ao máximo o potencial interdisciplinar entre o romance O encontro marcado (1956) e o pensamento de Søren Kierkegaard no que tange à temática da angústia. A interpretação a ser apresentada se ancora em pressupostos teóricos cunhados por Hans-Georg Gadamer e Wolgang Iser. Vivenciado de maneira intensa pelo protagonista Eduardo Marciano e muito presente nas reflexões do dinamarquês, é possível afirmar de antemão que este afeto é entendido de maneira distinta por cada um deles. Em linhas muito gerais, Kierkegaard concebe a angústia como um medo sem objeto, uma imobilidade aflitiva diante da capacidade e possibilidade de escolher um rumo para si, de assumir a responsabilidade do próprio destino sem garantia alguma de obtenção do retorno esperado. Já para Eduardo Marciano este temível pathos consiste em uma irremediável impotência frente a sua própria finitude; no fracasso em concretizar o que acredita ser sua vocação, qual seja, a de se tornar pai de família e romancista renomado; e em sua incapacidade de conferir um sentido à própria vida. DOI: https://doi.org/10.47295/mren.v9i4.2445
Referência(s)