Artigo Acesso aberto Revisado por pares

A Casa-Museu Fernando de Castro: das coleções e das fantasmagorias

2020; University of Évora; Issue: 11 Linguagem: Português

10.4000/midas.1978

ISSN

2182-9543

Autores

Raquel Henriques da Silva,

Tópico(s)

Historical Education and Society

Resumo

A Casa-Museu Fernando de Castro (Porto) configura um dos mais fascinantes e secretos museus portugueses. Tutelada pelo Museu Nacional de Soares dos Reis desde a sua instituição, o lugar e as colecções estão salvaguardadas, embora, constrangimentos vários (dos financeiros aos funcionais) impeçam que ela se encontre permanentemente aberta à visita pública, o que, neste caso, reforça a dimensão aurática da sua particularidade. Por outro lado, o facto de não existirem documentos que permitam perceber a proveniência dos objectos e os modos como foram reinstalados deslocam o secretismo do museu para o seu instituidor. Fernando de Castro (1889-1946) coleccionou sobretudo talha dourada oriunda de igrejas e capelas conventuais. Nesse tempo, meados dos anos de 1950, a talha não estava na moda, o que lhe permitiu aquisições a preços relativamente modestos. Mas o cerne da Casa-Museu foi o modo como foram instaladas nos espaços da Casa, segundo uma estética de sobreposição e de excesso. São estes os tópicos de reflexão que constituem este artigo, baseado em bibliografias sucessivamente publicadas.

Referência(s)