Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

O LIDO E O VIVIDO: LEITURA E ENGAJAMENTO EMOCIONAL EM AS VÍTIMAS-ALGOZES

2020; UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI; Volume: 9; Issue: 4 Linguagem: Português

10.47295/mren.v9i4.2524

ISSN

2316-1663

Autores

Arthur Katrein Mora,

Tópico(s)

Cultural, Media, and Literary Studies

Resumo

Em obras literárias de caráter particular a um contexto histórico, como as três novelas abolicionistas que compõem As vítimas-algozes (1869), de Joaquim Manuel de Macedo, o leitor moderno é submetido a um texto cujo horizonte moral evidencia o racismo como doutrina hegemônica do Brasil Imperial. O contato franco com um texto legitimador desses valores evoca reações emocionais cujas origens o presente trabalho contempla sob dois enfoques: a) o âmbito interior da recepção, no domínio cognitivo do leitor individual, através dos conceitos de “vazio” e “romance de tese” na estética da recepção de Wolfgang Iser (1979), e de impacto da leitura conforme Vincent Jouve (2002); e b) os retratos da mentalidade leitora do século XIX, segundo Regina Zilbermann e Marisa Lajolo (1999). O parecer crítico sugere a adequação do ato de leitura contemporâneo, sob a compreensão do intenso racismo ostentado nas páginas das novelas em questão, em descartar ressalvas relacionadas ao período histórico e seus “padrões culturais”. Essa intromissão emocional da revolta indignada nega ao leitor a indiferença, suspende a discriminação entre o lido e o vivido, e propicia a atuação da ficção literária em dimensões sociais. DOI: https://doi.org/10.47295/mren.v9i4.2524

Referência(s)