
Qual mundo para a criança
2020; Linguagem: Português
10.5151/iisbsbpsp-17
ISSN2359-2990
Autores Tópico(s)Education Pedagogy and Practices
ResumoFarei uma cronologia: na década de 50, sendo eu uma criança, o mundo me parecia uma plataforma flutuante entre a ansiedade e o encanto. Ansiedade frente à separação dos meus pais e irmãos, ao eventual clima de tensão familiar, às demandas severas de alguns adultos (principalmente da escola). E encanto pela natureza, pelos brinquedos, por desenhar e pintar, recriando o mundo com uma aquarela barata, encanto pelos livros. Destes, os que mais me cativaram foram os de Monteiro Lobato, como muitos de minha geração. Eu procurava identificar nas paisagens do meu entorno a sombra dos bambuzais, do Capoeirão do Tucano Vermelho, o murmúrio do Riacho das Águas Claras, os troncos das jabuticabeiras…Mas, menina da cidade que era, só nas viagens de férias ao sul de Minas iria reconhecer a marca da natureza do meu país. Lá, na cidade minúscula do meu pai, encontrava a liberdade de brincar pelas ruas, ir sozinha comprar doces, andar de carro de boi, passear a pé na estrada.
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