
Pactos e efeitos de leitura: o acordo ficcional em Confissões de Ralfo, de Sérgio Sant’Anna
2020; UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI; Volume: 8; Issue: 3 Linguagem: Português
10.47295/mgren.v8i3.2060
ISSN2317-0433
AutoresTaciana Gallas, Pablo Lemos Berned,
Tópico(s)Literature, Culture, and Criticism
ResumoEste trabalho tem por objetivo apresentar uma discussão sobre a assinatura e o rompimento do pacto ficcional no romance Confissões de Ralfo ( 1975), do escritor brasileiro Sérgio Sant’Anna. Sendo assim, entendemos o acordo ficcional, abordado por Umberto Eco (1994), como um pacto tácito entre autor e leitor, em que o leitor suspende a descrença no texto ficcional. A partir do trabalho analítico de excertos do texto e do paratexto, identificamos que o rompimento desse contrato pode acontecer em decorrência dos diferentes pactos de leitura possíveis no texto de Sant’Anna, como por exemplo, o pacto romanesco, o autobiográfico e o autoficcional. Além disso, percebemos que existem efeitos de leitura que também corroboram para a anulação do contrato de leitura. Entendemos esses efeitos como: a “autorrepresentação”, baseando-nos na proposta teórica desenvolvida por Stam (1981), a “paródia”, discutida por Hutcheon (1985) e a teoria de “ mise en abyme ” , introduzida por Dällenbach (1991), que se aproxima também da noção de “metaficção”, abordada por Bernardo (2010). Por fim, compreendemos que, o livro de Sant’Anna apresenta “armadilhas” que levam o leitor a romper o acordo ficcional e, após esse rompimento, um novo pacto de leitura pode ser estabelecido. DOI: https://doi.org/10.47295/mgren.v8i3.2060
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