
CONTOS DE FADAS CONTEMPORÂNEOS E ROTEIROS PERFORMÁTICOS DE GÊNERO
2020; UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA; Volume: 13; Issue: 3 Linguagem: Português
10.22478/ufpb.1983-1579.2020v13n3.54226
ISSN1983-4896
AutoresMaria Beatriz de Freitas Vasconcelos, Paula Myrrha Ferreira, Shirlei Rezende Sales, Maria Carolina da Silva Caldeira,
Tópico(s)Psychodrama and Leishmaniasis Studies
ResumoEste artigo analisa dois contos de fadas contemporâneos para problematizar as prescrições de feminilidades presentes nas histórias clássicas dos contos de fadas e nos discursos reacionários que circulam na atualidade. Argumentamos, a partir do conceito de performatividade de Judith Butler, que, por um lado, a ofensiva antigênero prescreve que a mulher deve ser princesa e coloca em circulação um discurso reacionário que produz modos autorizados de se performar o gênero em conformidade com os contos de fadas tradicionais. Por outro lado, como forma de resistência, alguns contos de fadas contemporâneos tensionam as normas de gênero e acionam o discurso multicultural para re-existirem ao discurso reacionário ao produzirem modos outros de ser princesa. O referencial teórico se fundamentou na concepção de que o currículo é cultural, é um discurso que produz, autoriza, cria saberes e se desdobra em diferentes pedagogias. Nesse sentido, as narrativas dos contos de fadas, tão presentes no currículo endereçado a crianças, compõem um certo roteiro com relação às aprendizagens de gênero. Elas ensinam, há muito, normas para meninas e meninos, prescrevendo feminilidades e masculinidades tidas como normais. Mas, também podem ser potentes instrumentos para problematizar essas mesmas normas. Nas histórias analisadas é possível perceber a reivindicação de outros “atos performáticos de gênero” (BUTLER, 2019) em relação aos roteiros vividos pela princesa. A trajetória metodológica se deu por meio da análise de discurso de inspiração foucaultiana e mostrou que as narrativas fabricam modos outros de apresentar os comportamentos da princesa e pluralidade na caracterização dos corpos das personagens.
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