Leituras e (re)escritas da viagem como experiência (Joaquim Magalhães de Castro, Maria Filomena Mónica e Miguel Portas)
2019; Volume: 16; Issue: 2 Linguagem: Português
10.35520/metamorfoses.2019.v16n2a38194
ISSN0875-019X
AutoresTeresa Kátia Alves do Nascimento,
Tópico(s)Literature, Culture, and Aesthetics
ResumoA publicacao de relatos de literatura de viagem tem atingido numeros significativos nos ultimos anos na literatura portuguesa. Associados muitas vezes a projectos mediaticos (documentarios, colaboracao escrita com periodicos…) ou a condicao mediatica dos proprios autores, com consequencias diversas ao nivel do registo e da qualidade de escrita, em quase todos os textos ocorre como nota dominante a da viagem, empreendida por um sujeito raramente desinformado relativamente ao destino a visitar. Interessar-nos-a descortinar o modo como as narrativas que nos propomos estudar se relacionam com outros textos que convocam. Referimo-nos, em primeiro lugar, a existencia previa de relatos sobre determinados destinos que se retomam atraves da reescrita de uma nova viagem. Sirva-nos de exemplo o livro de Joaquim Magalhaes de Castro, Viagem ao Tecto do Mundo – o Tibete Perdido e o seu cruzamento com o testemunho dos primeiros viajantes jesuitas. Anotamos ainda uma forma de viajar determinada pelo gosto pela literatura e pelo reencontro com os espacos e vivencias dos seus autores. Seleccionamos, entao, “A Inglaterra Literaria” em Passaporte de Maria Filomena Monica, com a “visita” a Charles Dickens, a Robert Stevenson, Emily Bronte ou Thomas Hardy, a que se junta o sublime encontro com as livrarias de Hay- on-Wye. E com Periplo, escrito por Miguel Portas e com fotografias de Camilo Azevedo, que terminamos, tentando compreender de que modo a afirmacao do autor: “Ler em viagem sobre os lugares da propria viagem e uma experiencia que recomendo vivamente” (PORTAS, M., AZEVEDO, C., 2009: 27) se concretiza na obra.
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