
Sentimentos dos Estudantes de Medicina e Médicos Residentes ante a Morte: uma Revisão Sistemática
2020; Associção Brasileira de Educação Médica; Volume: 44; Issue: 4 Linguagem: Português
10.1590/1981-5271v44.4-20200082
ISSN1981-5271
AutoresTaísa Izabela Magalhães e Souza, Larissa Cristina de Assis, Lorena Olimpio da Silva, Thales Henrique Oliveira Magalhães e Souza, Hermem de Almeida Campos Tadeu, Marcelo Esteves Chaves Campos, Maria Aparecida Turci,
Tópico(s)Palliative Care and End-of-Life Issues
ResumoResumo: Introdução: Como os profissionais da área médica terão que lidar com a questão da morte, este trabalho teve como objetivos identificar os sentimentos dos estudantes de Medicina e dos médicos residentes do Brasil ante o morrer e a morte, e compreender como eles vivenciam a própria formação durante a graduação e a especialização para esse enfrentamento. Método: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura feita com base na metodologia PRISMA. A revisão foi conduzida entre agosto e dezembro de 2019 com os descritores “estudantes de medicina”, “medical students”, “morte” e “death”, pesquisados na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Resultados: Dos 372 artigos identificados na busca, 18 estudos publicados atendiam a todos os critérios de inclusão e exclusão estabelecidos. Quanto à análise dos artigos em relação aos sentimentos dos estudantes de Medicina e dos médicos residentes perante situações de morte, percebeu-se que a maioria dos estudos relatou experiências negativas, como medo, insegurança, tristeza, raiva e culpa. Apesar de ainda serem incipientes as disciplinas e estratégias institucionalizadas, parece que, com o decorrer do curso e da prática profissional, os sentimentos negativos são amenizados, porque se vivenciam com mais frequência contextos de terminalidade e morte, oportunizando, assim, o aprendizado por meio da observação e postura perante essas situações práticas, visto que a morte e suas interfaces fazem parte do cotidiano médico. Conclusões: Os estudantes de Medicina e os médicos residentes do Brasil apresentam desconforto e dificuldade em lidar com os processos de morte e do morrer. Para modificar esse cenário de despreparo, é consenso entre eles a necessidade de incluir disciplinas teórico-práticas de Tanatologia, Cuidados Paliativos e Psicologia Médica no currículo das faculdades de Medicina e reformular o conteúdo delas de forma a abordar mais profundamente o processo de morte no contexto prático.
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