Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Povo Desenvolvido é Povo Limpo

2020; UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA; Volume: 26; Issue: 2 Linguagem: Português

10.34019/2594-8296.2020.v26.30287

ISSN

2594-8296

Autores

Keila Auxiliadora Carvalho,

Tópico(s)

Brazilian cultural history and politics

Resumo

O presente artigo tem como objetivo analisar a relação entre propaganda e saúde nos “anos de chumbo”, especificamente no ano de 1972 quando a ditadura encenava o ápice da repressão política no Brasil, sob o governo do general Emílio Garrastazu Médici. O foco da análise serão os três primeiros filmetes da campanha “Povo desenvolvido é povo limpo”, criada pelo publicitário Ruy Perotti Barbosa da Linxfilm e lançada pela Assessoria Especial de Relações Públicas (AERP). A partir desses filmes será possível fazer reflexões sobre as relações entre ditadura e o campo da saúde, sobretudo, os aspectos de continuidade de certa concepção individualizante, que considera o sujeito como responsável pelo seu próprio bem estar. Com tal concepção, a AERP empreendeu uma campanha de higiene que, de modo mais amplo, funcionoucomo propaganda de divulgação do projeto modernizador da ditadura civil-militar, pois, suprimiu a palavra saúde e atrelou os princípios de higiene à noção de desenvolvimento.

Referência(s)