
“Que fiquemos livres da jurisdição dos bispos do Maranhão”
2020; UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA; Volume: 25; Issue: 43 Linguagem: Português
10.22478/ufpb.2317-6725.2020v25n43.53627
ISSN2317-6725
AutoresJoão Vitor Araújo Sales, Marcelo de Sousa Neto,
Tópico(s)History of Colonial Brazil
ResumoA presente pesquisa analisa os discursos em prol da emancipação do Piauí em relação ao governo episcopal do Maranhão, no recorte temporal de 1829 a 1838, período em que se identificou forte investida de grupos piauienses em busca da constituição de uma diocese autônoma. Em um contexto no qual a província do Piauí encontrava-se subordinada ao bispado do Maranhão, desde 1728, se observaram as investidas de grupos que compunham a elite econômica e política piauiense para separar os governos espirituais das duas províncias, expressos nos documentos do Conselho Geral de Governo e da Assembleia Provincial. A narrativa construída em defesa da criação da diocese do Piauí foi elaborada de forma a denunciar prejuízos econômicos e espirituais à Província e ressaltar benefícios que a separação traria, inspirados nos exemplos eclesiais de Goiás e Cuiabá. Entretanto, o lastro documental analisado, centrado na documentação produzida pelo executivo e legislativo piauiense do recorte, denotam o forte desejo das lideranças econômicas e políticas locais em atender conveniências internas, fruto de uma complexa organização matri-patrimonial estabelecida sobre uniões endogâmicas, que, por meio de uma diocese autônoma, encontrar-se-ia livre das custas e embargos impostos pela administração clerical maranhense.
Referência(s)