Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Manifestações textuais (insubmissas) travesti

2020; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA; Volume: 28; Issue: 3 Linguagem: Português

10.1590/1806-9584-2020v28n375614

ISSN

1806-9584

Autores

Sara Wagner York, Megg Rayara Gomes de Oliveira, Bruna Benevides,

Tópico(s)

Gender, Feminism, and Media

Resumo

Resumo: A cisgeneridade-binária, heterossexual e compulsória como regime de governamentalidade (Michel FOUCAULT, 1979) determinou, por muito tempo, pressupostos que abarcam marcas profundas com seus estabelecidos normativos. As normas, marcadas pelo regime, acorrentaram as multiplicidades sexuais e de gênero fora daquilo que compreendia o social no Brasil e em boa parte do mundo. A marca repulsiva e marginalizada impressa pelos pressupostos da cis-hetero-governamentalidade de identidades de gênero e sexo no Brasil tem sua emergência a partir dos estudos que nomeavam como substantivo masculino as travestis, os primeiros corpos ciborgues (Donna HARAWAY, 1994) do/no Brasil. Além disso, tal dinâmica marcava corpos travestis em uma condição de não lugar. Muitos estudos abriram trincheira por vales colonizados na tentativa de descrever as subjetividades travestis, além dos essencialismos de gênero (Paul B. PRECIADO, 2017). Este manifesto, aos moldes de outros, busca apresentar, a partir de um pensamento travesti, caminhos atravessados pelo transfeminismo e transativismo, para um futuro travesti, marcado pela luta, afeto e pela presença destas vidas e práticas (transformadoras) em todos os (anti)estratos sociais que operam com o poder da negatividade (Jack HALBERSTAN, 2012).

Referência(s)