
Uma Análise Crítica Sobre Amor e Cuidado em Binswanger e Heidegger
2020; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Volume: 20; Issue: 4 Linguagem: Português
10.12957/epp.2020.56656
ISSN1808-4281
AutoresAna María López Calvo de Feijoo, Marcello Furst de Freitas Accetta, Myriam Moreira Protásio, Paulo Victor Rodrigues da Costa, Victor Portavales Silva,
Tópico(s)Schopenhauer and Stefan Zweig
ResumoO presente artigo tem como objetivo refletir, por meio de um estudo teórico, acerca do existencial cuidado (Sorge) no pensamento de Martin Heidegger e amor (Liebe) em Ludwig Binswanger. O texto retoma os principais aspectos da forma como ambos compreendem a noção de cuidado e amor, desdobrando criticamente o impasse gerado a partir daí. Demonstra-se que o cerne da querela se dá no modo como Binswanger compreende e interpreta o ser-no-mundo (In-der-Welt-sein) heideggeriano, ligando-o à noção de ser-para-além-do-mundo (Über-die-Welt-hinaus-sein). O psiquiatra suíço procede desse modo na medida em que julga ter identificado um limite e uma carência do elemento eternidade no modo como Heidegger desenvolve sua ontologia fundamental. Com tal apontamento, Binswanger elege a tonalidade do amor como fundamento de toda relação, que faz dessa experiência de infinito sua forma de ser. No bojo de tal apontamento se encontra o desenvolvimento da Daseinsanálise como o desdobramento – a princípio psiquiátrico – de uma relação clínica pautada pelo amor como meio do acesso fundamental ao outro e como elemento que promove a cura. O artigo conclui que tal indicação binswangeriana recai sutilmente em elementos instrumentais e produtivistas, uma vez que Binswanger reproduz elementos da técnica justamente lá onde tais elementos deveriam permanecer inoperantes.
Referência(s)