Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Para uma arqueologia do Espírito na tradição semita: Ruah – Ruha – Ruuh | Toward an archeology of the Spirit in the Semitic tradition: Ruah – Ruha – Ruuh

2020; Volume: 45; Linguagem: Português

10.24220/2447-6803v45e2020a5007

ISSN

2447-6803

Autores

Marcial Maçaneiro,

Tópico(s)

Ancient Egypt and Archaeology

Resumo

Ao longo dos séculos, no contexto dos povos semitas, as forças atmosféricas se tornaram divindades, com posteriores desenvolvimentos no monoteísmo judaico, cristão e muçulmano. Ainda hoje, ruah em hebraico-aramaico, ruha em siríaco e ruuh em árabe preservam uma conexão direta com os ventos e com as tempestades, vistos como teofania do Deus dos Céus (Il shamê, El shamayim). Este artigo quer rastrear os indícios fenomênicos e perceptivos que estão à origem da compreensão semita dos ventos como divindades, mediante um exercício de arqueologia do Sagrado: análise das narrativas religiosas, a partir da antiga Mesopotâmia, onde assírios, acadianos, hebreus, caldeus e árabes têm suas raízes comuns. Para tanto, foram seguidos três passos: (a) localizar os elementos originários da noção religiosa de sopro-vento, com indicações culturais e terminológicas dos povos semitas; (b) recolher as menções a Vento-Espírito nas fontes judaica, cristã e muçulmana, com análise das ocorrências e sentidos de ruah-ruha-ruuh nos textos sacros e litúrgicos; (c) nas considerações finais, apresentar uma síntese conclusiva sobre a experiência vital que está à origem da compreensão semita de ruah-ruha-ruuh como Espírito divino.

Referência(s)