Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Não é fumaça, é fogo! Cruzada antigênero e resistências feministas no Brasil

2020; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA; Volume: 28; Issue: 3 Linguagem: Português

10.1590/1806-9584-2020v28n372564

ISSN

1806-9584

Autores

Flávia Melo,

Tópico(s)

Gender Politics and Representation

Resumo

Resumo: Eventos recentes posicionaram o gênero no cerne da vida pública brasileira. Neste artigo, descrevo dois processos imbricados a isso: a cruzada antigênero e a eclosão da “primavera feminista”. A primeira, estratégia católica transnacional, emergiu no Brasil em 2014. Anos depois, parlamentares pró-impeachment declararam votos em favor da família e contra a “ideologia de gênero” - expressão habilmente apropriada por uma poderosa coalizão dentro e fora do parlamento. Em 2018, a campanha antigênero voltou aos debates nacionais com a candidatura de Jair Bolsonaro à presidência. O rechaço ao candidato agregou milhares de mulheres nas redes sociais e nas ruas, formando o movimento #elenão. Porém, não se tratava de reação repentina ou inédita: as resistências das mulheres têm demonstrado a potência de suas alianças e contestado a tese da “cortina de fumaça” que rotula as táticas do atual governo.

Referência(s)