A violência dos limites na arte
2020; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS; Volume: 9; Linguagem: Português
10.20396/conce.v9i00.8662157
ISSN2317-5737
Autores Tópico(s)Arts and Performance Studies
ResumoPergunto-me, neste artigo, sobre a possibilidade da arte de enfrentar a violência hoje, quando já é claro que ela não funciona como uma interrupção excepcional do cotidiano, mas nele se concretiza. O que procuro refletir não é sobre o modo como as artes fazem da violência um "tema", mas sobre a possibilidade de que seja pensada, que o destinatário das obras seja alterado não pelo espetáculo da violência, viabilizada por feitos de sangue, mas pelo quão esmagador pode ser, efetivamente, pensar a ordem da violência. Que não esteja, em primeiro plano, uma carnificina humana que emudece, fazendo faltar as palavras, mas o pensamento que a violência provoca no espectador a partir de uma circunstância artística. A hipótese principal é que, em relação à violência, os próprios limites instituídos da arte podem se tornar um recurso tão ambíguo quanto essencial para dar origem a esse pensamento.
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