
AS MARCAS DO TEMPO EM LAVOURA ARCAICA
2020; Volume: 5; Issue: 3 Linguagem: Português
10.26512/aguaviva.v5i3.29378
ISSN1678-7471
AutoresJoanise Levy, Ana Christina de Pina Brandão,
Tópico(s)Brazilian cultural history and politics
ResumoLavoura arcaica, de Raduan Nassar, tem no tempo a substância que lhe dá forma: seja o tempo do qual nos fala a lavoura, seja no controle ao qual ele é submetido, seja no ritmo provocado pela disposição das palavras no texto literário. Transportada para o cinema por Luiz Fernando Carvalho com o título de Lavour’Arcaica, a obra fílmica possui relação orgânica com o livro. Assim, o esforço reflexivo deste artigo é o de analisar, no diálogo entre as duas obras, as marcas do tempo em Lavoura arcaica. Sob a luz de algumas acepções de Michel Foucault (1987) acerca do poder disciplinar, em um primeiro momento vamos abordar a presença do tempo domesticado, o qual pode ser vislumbrado pela disciplina imposta pelo patriarca da família. Em um segundo momento, vamos analisar o tempo das imagens manejado em favor da narrativa a partir da construção imagética do filme. Por último, discorremos sobre o embate entre o personagem André e seu pai, sob o prisma de um duelo trágico estabelecido entre temporalidades diferentes.
Referência(s)