Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Etnografar e intervir

2020; Volume: 29; Issue: supl Linguagem: Português

10.11606/issn.2316-9133.v29isuplp216-224

ISSN

2316-9133

Autores

Alexandre Branco Pereira,

Tópico(s)

Migration, Racism, and Human Rights

Resumo

Etnografias engajadas não são novidade para a antropologia. Em tempos de pandemia de COVID-19, em que o exercício etnográfico por vezes se torna proibitivo, outras formas de atuar apresentam-se aos antropólogos, cujo ofício pressupõe sua inserção em redes de relações nativas. O trânsito por essas redes, empreendidas etnograficamente, torna-se útil para endereçar problemas apresentados por interlocutores de pesquisa em situação de vulnerabilidade. Neste breve relato, apresento minha experiência de antropologia engajada junto a imigrantes e refugiados na cidade de São Paulo, evidenciando, em especial, a experiência junto a migrantes vivendo em Guaianases, e a atuação na Rede de Cuidados em Saúde para Imigrantes e Refugiados. Defendo, por fim, que a etnografia é uma atividade politicamente implicada, e endereçar problemas apresentados por interlocutores de pesquisa não são filigranas do trabalho do antropólogo, e localizam-no nesta rede de relações em que ele se insere, evidenciando seu agenciamento pelos sujeitos de pesquisa.

Referência(s)