
“EU TERIA FICADO EM PRISÃO PERPÉTUA COM ELA”: AFETO E AGÊNCIA NA TRAVESSIA POR UMA PENITENCIÁRIA FEMININA NO MARROCOS
2020; Postgraduate Program in Tourism of the Federal University of Rio Grande do Norte; Volume: 1; Issue: 56 Linguagem: Português
10.21680/2238-6009.2020v1n56id23682
ISSN2238-6009
AutoresNathalia Ferreira Gonçales, Montserrat Valle Prada,
Tópico(s)Middle East Politics and Society
ResumoA partir da história de Rita, detida na fronteira da cidade espanhola de Ceuta com a província marroquina de Tetuão e, posteriormente, encarcerada no Centro Penitenciário feminino de Tetuão, a prisão referida é elaborada como uma passagem da fronteira que vai além de uma localização limítrofe entre Espanha e Marrocos. No plano do ordinário, diz respeito a um território no qual se produzem redes de solidariedade, diferenciações, fraturas e porosidades. A travessia de Rita cria o cenário onde são cartografadas algumas relações que perpassam circulações transnacionais e significados dos muros entre as pessoas que habitam as bordas hispano-marroquinas. Na prisão, Rita conhece Naima. Se o vínculo entre elas funda uma agência a partir da qual podem se recompor da cruenta cotidianidade prisional, o que chamamos de travessia pelo cárcere emerge como determinante na composição da fantasia de um futuro a dois, agindo enquanto motor instigador de possíveis devires na construção da fronteira que protagoniza esta escrita.
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