
Rui Torres, precursor de Herberto Helder e Raul Brandão: reimaginação na poética digital
2020; Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística; Volume: 51; Issue: 3 Linguagem: Português
10.18309/anp.v51i3.1452
ISSN1982-7830
AutoresKeilla Conceição Petrin Grande, Rogério Barbosa da Silva,
Tópico(s)Literature, Culture, and Aesthetics
ResumoA literatura digital é uma das vertentes da literatura contemporânea, cujos textos partem de recursos hipermidiáticos e digitais em seu processo de elaboração. As escritas assim caracterizadas tanto apresentam inovações no campo estético, quanto preservam, reconfiguram e renovam modalidades do fazer literário inscritas na tradição. Nessa perspectiva, situa-se o texto Húmus - poema contínuo, do escritor português Rui Torres, que, além das várias mídias – som, imagem, texto – de que dispõe na produção do poema, estabelece diálogo com duas obras anteriores: o romance Húmus, de Raul Brandão, publicado em 1917, e o poema homônimo de Herberto Helder, de 1967. Nossa proposta, então é, a partir do trabalho de Torres, pensar como os meios digitais afetam a relação com o texto literário impresso, seja no ato da criação ou no da leitura, e discutir como se operam a retomada e o diálogo com as obras do passado. Nossa análise se fundamenta nos Estudos da Intermedialidade, de Irina Rajewsky, bem como no conceito de remediação, de Bolter Grusin. Tomamos também a ideia de escrita palimpséstica, tal como a formula G. Genette, e a reflexão de Borges sobre a releitura da tradição, entendendo que, ao se apropriar de um texto, o poeta promove um desvio em relação ao texto precursor.
Referência(s)