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Mudança no uso e cobertura da terra na bacia hidrográfica do rio Araguaia e seus reflexos nos recursos hídricos, o trecho médio do rio Araguaia em Goiás

2020; Couffy-sur-Sarsonne; Volume: 48; Linguagem: Português

10.4000/confins.33972

1958-9212

Maximiliano Bayer, Pâmela Camila Assis, Tainá Medeiros Suizu, Matheus Cardoso Gomes,

Soil erosion and sediment transport

A bacia do rio Araguaia atualmente é considerada uma área primordial para o desenvolvimento econômico para o país, em função das demandas nacionais e internacionais para produção de commodities. Representando o maior sistema fluvial situado inteiramente em território brasileiro, o rio Araguaia drena parte dos estados de Goiás, Mato Grosso, Tocantins e Pará. Cobrindo uma área de mais de 300.000 km2, a bacia se estende por amplas áreas do Bioma Cerrado que apresentam características socioambientais (climas, litologia, solo, relevo, formas de uso e ocupação) bem diferentes. Nas últimas quatro décadas, grandes extensões da bacia vêm sendo objeto de um intenso processo de transformação associado ao avanço da fronteira agrícola e às mudanças na forma de ocupação, cujas consequências sobre os recursos naturais da bacia, especialmente os recursos hídricos, começam a ser motivo de preocupação para a sociedade. Para a área da bacia do rio Araguaia em território goiano, as análises dos processos de uso e ocupação das terras apontou uma diminuição de 33,8% para formação florestal, 48,9% formação savânica e um aumento de 51,50% das áreas de pastagem e 510,6% das áreas de cultura anual e perene. Nossas pesquisas constatam ainda, que à medida que aumentam as porcentagens de áreas da bacia convertidas para diversos tipos de uso como agricultura e pastagens cultivadas, a produção, carga e transporte de sedimentos incrementava-se em toda a bacia de drenagem do médio Araguaia em Goiás gerando uma rápida resposta do sistema fluvial na forma de intensas mudanças morfológicas originadas pelo acúmulo de sedimentos no canal principal e nos ambientes associados. Prováveis efeitos associados á mudanças climáticas como o forte decaimento dos valores das vazões máximas nos últimos anos, ainda não foram avaliados.