
ESCREVIVÊNCIAS DA PÓS-COLONIALIDADE: MEMÓRIA E VIOLÊNCIA NOS BECOS DA MEMÓRIA, DE CONCEIÇÃO EVARISTO
2020; Volume: 16; Issue: 27 Linguagem: Português
10.48075/rlhm.v16i27.24715
ISSN1983-1498
AutoresTarik Mateus Adão da Costa de Almeida, Gabriela Soares Nogueira Andreatti,
Tópico(s)Literature, Culture, and Criticism
ResumoO presente artigo propõe-se a realizar uma leitura da obra Becos da Memória, de Conceição Evaristo, tendo como principal referência o conceito de escrevivência, desenvolvido por esta escritora. Propomo-nos a debater a forma como Maria-Nova resgata o próprio passado como um ato de resistência contra a opressão e o silenciamento impostos pelas classes dominantes na pós-colonialidade. A escrevivência tornou-se um conceito chave para a compreensão das narrativas contemporâneas desenvolvidas por escritoras negras, porque estabelece um parâmetro que, não só representa os marginalizados da sociedade brasileira, dando voz a eles, mas corrobora para a denúncia de um sistema que oprime e silencia o povo negro do Brasil. Além disso, interessa-nos investigar, nesse texto literário, manifestações de violência, tendo como ponto de partida o princípio de que esta temática atravessa a história de sociedades pós-coloniais, como o Brasil. Dessa forma, pretendemos evidenciar como essas manifestações atravessam esse romance, desembocando em processos de descolonização. Nesse sentido, convoca-se autores como Thomas Bonicci (1998), Homi Bhabha (1983) e Gayatri Spivak (1985) em suas discussões sobre pós-colonialismo e sobre o sujeito colonizado, além de autores como Franz Fanon (1990) e Michael Pollak (1989), que serão de grande importância para a constituição de nossa análise.
Referência(s)