Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Visões do Império

2020; Coimbra University Press; Volume: 20; Linguagem: Português

10.14195/1645-2259_20_8

ISSN

2183-8615

Autores

Hugo Silveira Pereira,

Tópico(s)

African history and culture studies

Resumo

No início do século XX, o governo português iniciou a construção de um caminho de ferro no distrito de Moçâmedes, no sul da sua colónia de Angola. As obras e posteriormente a operação da ferrovia deixaram uma considerável coleção de fotografias, que são estudadas neste trabalho. Partindo do princípio de que, ao invés do que afirmavam os seus promotores, a fotografia é um documento iminentemente subjetivo, explicito neste artigo as representações contidas nas imagens, recorrendo a uma metodologia que combina semiótica com análise fotojornalística. Demonstro como a fotografia foi utilizada para construir uma imagem de Portugal como uma nação moderna e tecnológica de vocação imperial, que cumpria a sua parte da missão de civilizar África e educar os seus habitantes no modo de vida europeu, ainda que muitas vezes à custa de atitudes discriminatórias e racistas. Contribuo assim para o debate sobre a fotografia como instrumento de Império.

Referência(s)