
“PALAVRÃO É O QUE NÃO TEM NO CORPO DE DEUS”: UM ESTUDO DO OBSCENO INFANTIL
2020; UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS; Volume: 36; Linguagem: Português
10.1590/0102-4698221704
ISSN1982-6621
AutoresCibele Noronha de Carvalho, Maria Cristina Soares de Gouvêa,
Tópico(s)Cultural, Media, and Literary Studies
ResumoRESUMO: Este artigo contempla o chamado obsceno infantil, um conjunto de brincadeiras, rimas, desenhos, palavras e gestos compartilhados pelas crianças que pode ser qualificado como obsceno, constituindo uma das expressões da cultura infantil. A partir do levantamento da produção bibliográfica sobre a temática, no campo do folclore infantil, da sociologia da infância e de estudos psicolinguísticos, busca-se apreender as manifestações do obsceno infantil, através de observação, em uma sala de aula, de crianças entre 6 e 7 anos, numa escola particular de classe média urbana. Nesse contexto, verificou-se uma presença rarefeita do obsceno infantil, expresso num diálogo desenvolvido pelas crianças e mediado pela professora, sobre os significados do palavrão, analisado neste trabalho. O diálogo demonstrou que, a partir de seus fragmentos, as crianças buscaram compreender o que define o palavrão, seus usos e as razões de sua interdição. Evidenciou-se também a singularidade do olhar das crianças observadas sobre o tema, definida pelo pertencimento sociocultural desse grupo.
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