Artigo Acesso aberto Produção Nacional

DISCURSO E MEMÓRIA DE UMA MULHER DESOBEDIENTE EM CARTA À RAINHA LOUCA

2020; UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE; Volume: 11; Issue: 4 Linguagem: Português

10.5935/2179-0027.20200074

ISSN

2179-0027

Autores

Denise Gabriel Witzel, Níncia Cecília Ribas Borges Teixeira,

Tópico(s)

Cultural, Media, and Literary Studies

Resumo

Este artigo interroga, na interface entre Língua e Literatura, os modos de subjetivação do sujeito mulher na obra de Maria Valéria Rezende, Carta à Rainha Louca. Deparamo-nos nessa obra com o discurso – Escrita de si – de Isabel das Santas Virgens, presa no convento do Recolhimento da Conceição de onde escreve uma extensa carta à rainha Maria I, conhecida como a Rainha Louca. Ao clamar por justiça, ao tempo em que denuncia as arbitrariedades que atingiam sobretudo as mulheres, os escravos e os mais vulneráveis no Brasil do final do século XVIII, a narradora expõe, sobretudo, a situação da mulher que ousava desafiar os poderes. Focalizamos a relação incontornável entre língua, história e memória, à luz dos pressupostos dos Estudos Discursivos Foucaultianos e dos Estudos Culturais, dando ênfase aos anseios de liberdade de uma mulher desobediente, materializados numa Escrita de si, tendo em conta que a desobediência é uma resistência ética e que a literatura possibilita novos caminhos, multiplica perspectivas que compõem o entendimento que tecemos diante dos acontecimentos do passado e do presente - e torna-se, então, um espaço de elasticidade no qual a História se atualiza, via memória, e se (re) constrói.

Referência(s)
Altmetric
PlumX