
Cem dias de COVID-19 em Pernambuco, Brasil: a epidemiologia em contexto histórico
2020; Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz; Volume: 36; Issue: 11 Linguagem: Português
10.1590/0102-311x00228220
ISSN1678-4464
AutoresWayner Vieira de Souza, Celina Maria Turchi Martelli, Amanda Priscila de Santana Cabral Silva, Lívia Teixeira de Souza Maia, Cynthia Braga, Luciana Caroline Albuquerque Bezerra, George Santiago Dimech, Ulísses Ramos Montarroyos, Thália Velho Barreto de Araújo, Demócrito de Barros Miranda-Filho, Ricardo Arraes de Alencar Ximenes, Maria de Fátima Pessoa Militão de Albuquerque,
Tópico(s)Data-Driven Disease Surveillance
ResumoResumo: A pandemia de COVID-19 iniciou sua linha do tempo em 31 de dezembro de 2019 na China e o SARS-CoV-2 identificado como agente etiológico. O objetivo deste manuscrito é descrever a dinâmica espacial e temporal da epidemia de COVID-19 nos primeiros cem dias, no Estado de Pernambuco, Brasil. Apresentamos a evolução de casos e óbitos segundo semana epidemiológica. Realizamos a análise da série do acumulado diário de casos da COVID-19 confirmados, com projeções para os 15 dias subsequentes, utilizando o aplicativo JoinPoint. Esse programa possibilita identificar pontos de inflexão testando sua significância estatística. Analisamos também a tendência de interiorização da COVID-19 no estado, considerando a distribuição percentual de casos ocorridos no Recife, municípios da Região Metropolitana de Recife e do interior, por conjuntos de três semanas, com construção de mapas temáticos. Os 100 dias da epidemia de COVID-19 resultaram em 52.213 casos e 4.235 óbitos entre 12 de março, correspondendo se 11, até 20 de junho de 2020 (semana epidemiológica 25). O pico da curva epidêmica ocorreu na semana epidemiológica 21 (23 de maio), seguido por desaceleração do número de casos. Detectou-se, inicialmente, a periferização dos casos na capital e região metropolitana, seguida por rápida disseminação para o interior do estado. Houve redução das taxas de crescimento médio diário a partir de abril, mas com patamar de mais de 6.000 casos semanais de COVID-19, em média. Ao final do período, a série de casos do estado indica persistência da circulação e transmissão comunitária do SARS-CoV-2. Finalmente, questiona-se parafraseando Garcia Marques em Cem Anos de Solidão, se estaríamos diante de “uma estiagem ou prenúncio de recrudescimento”.
Referência(s)