Artigo Acesso aberto Produção Nacional

SÍNDROME INFLAMATÓRIA MULTISSISTÊMICA PEDIÁTRICA (SIM-P) TEMPORALMENTE ASSOCIADA À COVID-19

2020; Volume: 15; Issue: 2 Linguagem: Português

10.29184/1980-7813.rcfmc.408.vol.15.n2.2020

ISSN

2965-6575

Autores

Eliane Cristina Casimiro Alves Dias, Carolina Dias Azevedo, Gabriel Fernandes Maciel da Silva, Gabriela Barbosa e Silva, Ligia de Lima e Silva,

Tópico(s)

Maternal and Neonatal Healthcare

Resumo

Introdução: A pandemia pela COVID-19 é menos incidente na população pediátrica quando comparada à adulta, sendo apenas 2% dos casos abaixo dos 20 anos. Recentemente, a infecção pelo SARS-CoV-2 em crianças e adolescentes está sendo associada a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), doença de Kawasaki-like. Objetivo: Relatar a ocorrência de uma das apresentações clínicas da COVID-19 na infância, a SIM-P, ressaltando suas manifestações clínicas, laboratoriais e manejo clínico. Descrição do Caso: Feminina, 9 anos, admitida com dor abdominal e febre há três dias, além de contato domiciliar com infectado pelo SARS-CoV-2 nos últimos 30 dias. Encontrava-se febril, com sobrepeso e abdome distendido em região epigástrica. Evoluiu com máculas eritematosas em dorso, edema e fissuras labiais, artralgia, mialgia, vômitos, hemorragia subconjuntival, língua em framboesa, sudorese, taquidispneia e tonteira. Exames com hemoglobina de 11,4 g/dL, 4.200 leucócitos, proteína C reativa de 18 mg/dL, tomografia computadorizada de tórax com pequenos linfonodos no espaço pré-vascular. Recebeu 1,5 mg/kg/dia de Imunoglobulina Humana com rápida regressão e melhora clínica. Discussão: A SIM-P ocorre em dias a semanas após uma infecção aguda pelo SARS-CoV-2. Suas manifestações clínicas se assemelham à doença de Kawasaki. Na maior parte dos casos, o teste de SARS-CoV-2 PCR é positivo demonstrando infecção recente, ocorrendo em crianças mais velhas, com marcadores inflamatórios exuberantes e disfunção de múltiplos órgãos. Conclusão: Estudos epidemiológicos e clínicos adicionais são necessários para melhor compreensão da fisiopatologia dessa nova síndrome. Embora rara, é necessário alertar a comunidade pediátrica, para ampliar e otimizar o reconhecimento com tratamento precoce da mesma.

Referência(s)