Artigo Acesso aberto

Medicalização da infância: avanço ou retrocesso

2020; Volume: 31; Issue: esp.1 Linguagem: Português

10.32930/nuances.v31iesp.1.8289

ISSN

2236-0441

Autores

Adriana de Fátima Franco, Fernando Wolff Mendonça, Silvana Calvo Tuleski,

Tópico(s)

Youth, Drugs, and Violence

Resumo

Na atualidade identificamos uma polêmica em torno do uso de medicamentos psicotrópicos em crianças cada vez menores, em virtude de supostos diagnósticos de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Por meio de uma pesquisa de campo, realizada em três municípios paranaenses, na rede pública municipal de Ensino, nos segmentos de Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental, foi possível verificar o percentual de crianças que fazem uso de medicamento controlado, qual o diagnóstico predominante e qual medicação mais prescrita. O diagnóstico predominante em ambos os segmentos foi o TDAH, na Educação Infantil o medicamento mais prescrito foi a Risperidona e no Ensino Fundamental foi a Ritalina. Problematiza-se os efeitos colaterais destes medicamentos e seu prejuízo para o desenvolvimento a partir das concepções da Psicologia Histórico-Cultural. Há uma correlação entre o aumento dos diagnósticos e das prescrições nas séries iniciais do Ensino Fundamental, que parece indicar a transformação das dificuldades inerentes à aquisição da linguagem escrita em supostos transtornos, que configura o quadro de medicalização da infância.

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