
Privilégio, poder e performatividade: a ética da matemática na sociedade e na educação
2021; Volume: 2; Linguagem: Português
10.37853/pqe.e202103
ISSN2675-1933
AutoresPaul Ernest, Danúbia Baltazar Da Cruz,
Tópico(s)Environmental Sustainability and Education
ResumoOs benefícios indiscutíveis e as virtudes intrínsecas da matemática não deveriam provocar uma cegueira quanto ao possível dano colateral provocado pela sua imensa, impiedosa e destrutiva força**, que é capaz de fazer a educação e a sociedade se renderem em direção a um futuro reformulado. Por causa do grande poder da matemática e da sua influência por toda a sociedade, é preciso realizar uma auditoria ética. Este artigo conduz uma crítica ética considerando quatro aspectos inter-relacionados da matemática na educação e na sociedade e seus impactos negativos. O primeiro deles é a supervalorização da matemática e os efeitos que este poder tem em manter privilégios; em seguida, os poderosos impactos negativos que estudar matemática têm em muitos estudantes de modo individual; terceiro: as aplicações visíveis, porém problemáticas, da matemática dentro da sociedade, as quais são protegidas de críticas porque a matemática continua a ser vista como neutra; o último aspecto é os efeitos profundos e performáticos das aplicações ocultas da matemática reformatadoras da sociedade e modificadoras da vida cotidiana, mas mantidas sem verificação em qualquer sentido. A maior parte deste artigo é dedicada a revelar estes efeitos prejudiciais. As soluções propostas que estão aqui servem para fomentar a consciência ética no estudo de matemática em todos os níveis e também para desafiar o estereótipo generalizado da matemática como algo eticamente neutro. Palavras-chave: Matemática. Ética. Poder. Sociedade.
Referência(s)