
A transculturação e as subjetividades híbridas nas releituras de Robinson Crusoé
2020; UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ; Volume: 14; Issue: 3 Linguagem: Português
10.48075/rt.v14i3.25520
ISSN1982-5935
Autores Tópico(s)Urban and sociocultural dynamics
ResumoO presente trabalho procura realizar uma análise de releituras pós-coloniais do clássico Robinson Crusoé (1719), de Daniel Defoe. As obras, Sexta-feira ou os limbos do Pacífico (1967), romance de Michel Tournier e Crusoe (1988), filme de Caleb Deschanel, contemplam reflexão crítica a respeito da transculturação e seus efeitos no processo de transformação das identidades coloniais e serão estudadas por meio de análise comparativa interartes, com o objetivo de determinar e expor o modo como a arte ressignifica o passado à luz das concepções contemporâneas de forma a promover possíveis mudanças de perspectiva sobre as subjetividades envolvidas no processo colonial. Para sustentar nossas reflexões sobre cultura recorremos ao estudo de Homi K. Bhabha (2013), a respeito da transculturação, nos guiamos pela pesquisa de Fernando Ortiz (1983) e nos apoiamos no estudo de Nestor García Canclini (2013), para falar sobre hibridismo. Partimos do pressuposto de que a arte reflete o contexto no qual está inserida e, por isso, tanto pode reiterar o imaginário de seu tempo - e assim colaborar para a permanência do status quo – quanto subverter a realidade para dar-lhe novo sentido. Dessa forma, demonstraremos que a arte contemporânea, ao transcontextualizar enredo e personagens, cumpre seu papel de questionar e refletir sobre o discurso hegemônico presente na narrativa do século XVIII e, assim, colaborar com a tentativa de descolonização do pensamento.
Referência(s)