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Avaliação da viabilidade celular de Neisseria gonorrhoeae sob diferentes condições de transporte e armazenamento

2023; Linguagem: Português

10.5327/dst-2177-8264-202335s1044

2177-8264

Ketlyn Buss, Hanalydia de Melo Machado, Jéssica Motta Martins, Maria Luíza Bazzo,

HIV/AIDS oral health manifestations

Introdução: Neisseria gonorrhoeae é responsável por causar cerca de 374 milhões de infecções por ano. Coloniza as mucosas humanas e pode causar uretrite em homens e cervicite em mulheres, e evoluir para artrite gonocócica ou sepse, se não tratada. Já foram descritas cepas com resistência a todas as classes de antimicrobianos usadas no tratamento, e para conter o avanço da transmissão de bactérias resistentes é necessário que os países realizem vigilância das cepas circulantes, a fim de adequar os esquemas terapêuticos nacionais. Objetivo: Otimizar duas etapas críticas nos estudos de vigilância: o armazenamento das amostras coletadas até o processamento, e o período e a temperatura de congelamento dos isolados recuperados até o envio ao laboratório de referência. Métodos: A viabilidade de quatro cepas de referência foi testada após a inoculação em dois meios de transporte comerciais e semeadura em ágar chocolate para avaliação. A viabilidade celular de 15 cepas armazenadas em caldo casoy + 20% de glicerol foi avaliada após armazenamento em -20 e -80°C por 5 meses. Resultados: No meio Amies com carvão, observou-se viabilidade por um período de até 24 horas, e no meio ESwab (amies líquido), por até 72 horas. Após 150 dias, somente as cepas armazenadas em -80°C estavam viáveis. Todas as cepas armazenadas em -20°C haviam perdido a viabilidade após 60 dias. Conclusão: Os meios de transporte comerciais mostraram bom desempenho em manter as amostras viáveis em um período curto, suficiente para transportá-las até o laboratório de referência. Mostrou-se que as cepas de Neisseria gonorrhoeae não devem ser armazenadas em -20°C, pois após o período total da avaliação nenhuma das 15 cepas avaliadas apresentou crescimento. A otimização dessas etapas pode permitir a participação de mais centros nos estudos de vigilância, aumentando a representatividade das diferentes regiões do Brasil.