Um Cinema da Mente: A Dança dos Paroxismos (1929) e a Primeira Vanguarda Francesa
2021; Associação de Investigadores da Imagem em Movimento; Volume: 8; Issue: 1 Linguagem: Português
10.14591/aniki.v8n1.732
ISSN2183-1750
Autores Tópico(s)French Literature and Critical Theory
ResumoEste artigo propõe uma reflexão sobre A Dança dos Paroxismos (1929), de Jorge Brum do Canto (1910-1994), motivada por diversas pistas de interpretação lançadas nos intertítulos iniciais, designadamente a apresentação da obra como um “ensaio visual” e como um “filme português”, e a dedicatória ao cineasta Marcel L’Herbier. Perspetivando o filme em função de alguns pressupostos do cinema da Primeira Vanguarda Francesa, na qual se inscreve L’Herbier, identifica-se e caracteriza-se um programa estético que, no filme de Brum do Canto, se materializa numa questão que, sendo primariamente diegética, transporta também implicações teóricas determinantes: todo o filme corresponde à alucinação de um moribundo. Através de uma análise aproximada de A Dança dos Paroxismos, investiga-se, por fim, de que modo este filme — um dos primeiros casos de “cinema onírico” — pode constituir um complexo “ensaio visual” sobre o cinema da Primeira Vanguarda Francesa.
Referência(s)