Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Utopia, história e profecia: o joaquimismo como filosofia do Brasil

2020; Issue: 25 Linguagem: Português

10.36517/argumentos.25.10

ISSN

1984-4255

Autores

Noeli Dutra Rossato,

Tópico(s)

Social and Economic Solidarity

Resumo

O texto assume que a concepção de história das vertentes utópica e profético-milenarista são constitutivas não só do mito fundador do Estado brasileiro, senão que também de nosso pensamento filosófico mais autêntico; e que, em suas origens, encontramos a obra do abade Joaquim de Fiore (1135-1202). Em um primeiro momento, procuramos mostrar que uma das expressões da vertente utópica em nossa cultura provém das populares Festas do Império do Divino Espírito Santo de tradição luso-brasileira que tem raízes no joaquimismo medieval. A vertente profético-milenarista, por sua vez, entronca na obra do jesuíta Antônio Vieira (1608-1679) e se consolida mediante a absorção da herança utópica do joaquimismo, mesclada com elementos apocalípticos e sebastianistas. Por fim, tomamos alguns passos do romance A Pedra do Reino, de Ariano Suassuna (1927-2014), que, a nosso ver, articulam o núcleo principal da vertente utópica com a teoria do Quinto Império e o milenarismo.

Referência(s)