
"Finnegans Wake", de James Joyce, é musiscritura
2021; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA; Volume: 74; Issue: 1 Linguagem: Português
10.5007/2175-8026.2021.e76114
ISSN2175-8026
AutoresLuis Henrique Garcia Ferreira, Renato Fabbri,
Tópico(s)Giambattista Vico and Joyce
ResumoEste paper propõe abordar as relações de Finnegans Wake com a música, especialmente com a música erudita eletroacústica, a qual se desenvolveu a partir da década de 1940. Não obstante a predileção de Joyce pela música erudita tradicional, aqui desenvolve-se a hipótese de que a escrita experimental do modernista irlandês, mais do que aplicar formas típicas da música, criou um tipo específico de musiscritura e antecipou procedimentos que os compositores só conseguiram alcançar com o uso de fitas magnéticas e sintetizadores. Assim, pelo uso sistemático de trocadilhos multirreferenciais, justapostos em dezenas de línguas e dialetos, Joyce colocou-se à frente da vanguarda musical de sua época, a qual chegou à síntese aditiva de densas camadas sonoras apenas algumas décadas depois das publicações iniciais de partes da Work in Progress, ainda na década de 20.
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